ESGOTADO.
Théorie de l’indiscernable / Teoria do indiscernível é uma exploração poética e teórica no limiar do visível e do invisível. Foi publicada pela primeira vez em português no livro Abissologia – Teoria do Indiscernível (2012).
O texto original beneficia aqui, pela primeira vez, de uma edição independente e é acompanhado de uma tradução francesa inédita.
“A Abissologia, ou a ciência que estuda os abismos, é referente a um neologismo encontrado no livro de René Daumal A Grande Bebedeira, romance satírico com contornos metafísicos. A descoberta deste termo literário, no contexto da prática artística de João Maria Gusmão e Pedro Paiva, reflete-se numa ficção que se detém na composição literária de uma ciência específica dos corpos pensada em função da condição fenomenológica e ontológica do mínimo visível — o que quase não se vê ou o que quase não tem existência para um observador —, seja na visão eclipsada do olho, no instantâneo de uma explosão ou no movimento complexo da água. Digamos que aquele que estuda a ciência do abismo tem nas singularidades indiscerníveis o seu mais alto interesse de investigação. À semelhança da teoria desenvolvida pelos atomistas pré-socráticos, as teses abissologistas referem-se a dados discretos de uma certa metafísica para se aproximarem, com o máximo de precaução, da profundidade do real.” (Galeria Zé dos Bois)
João Maria Gusmão (Lisboa, 1979) e Pedro Paiva (Lisboa, 1978) colaboram desde 2001 na criação de objetos, instalações, filmes de 16 e 35mm e também em projetos editoriais.
A dupla de artistas participou em várias bienais internacionais: na 27ª Bienal de São Paulo (Brasil) em 2006; na 6ª Bienal Mercosul, Porto Alegre (Brasil) em 2007; na Manifesta 7 (Itália) em 2008; na 53ª Bienal de Veneza em 2009, onde representaram Portugal; na 8ª Bienal de Gwangju (Coreia do Sul) em 2010; e na exposição central da 55ª Bienal de Veneza (Itália) em 2013.
Entre as suas últimas exposições destacam-se: The Sleeping Eskimo, Kunsthaus Aarau (Suiça), em 2016; Papagaio, no HangarBicocca (Milão), no Camden Arts Centre (Londres) e no KW Berlim, em 2014-15; Alien Theory, no Frac Île-de-France, Le Plateau (Paris), There’s nothing more to tell because this is small, as is every fecundation, no Museo Marino Marini (Florença) e Tem gwef tem gwef dr rr rr, no Kunsthalle Dusseldorf, em 2011; On the Movement of the Fried Egg and Other Astronomical Bodies, no Ikon Gallery (Birmingham), em 2010; Horizonte de Acontecimientos, no PHotoEspaña (Madrid), em 2008; e a exposição Abissologia: para uma ciência transitória do indiscernível, na Cordoaria Nacional, numa colaboração entre a Galeria Zé dos Bois e a Câmara Municipal de Lisboa.
(Cf. BoCa).